Publicado em: 26/05/2022
Recentemente, percorri alguns quilômetros até a capital do Estado de Sergipe. Fui comemorar meu aniversário tardiamente (um mês depois) e conhecer a equipe da qual passei a fazer parte recentemente.
Pude perceber a gigantesca diferença entre o sul do país (Curitiba), o sudeste (Belo Horizonte) e o nordeste (Aracaju). Não só pelo clima, mas pelo regionalismo, o tom melodioso da voz, jargões e formas de ver o mundo diferente da forma mineira de ver o mesmo mundo.
Não que um ou outro seja melhor, não se trata disto. É apenas diferente. Um diferente enriquecedor, que abre horizontes, que mostra tons, cheiros, sabores, temperaturas... Detalhes, antes invisíveis, que passaram a ter importância na composição de um todo que expandia a cada passo dado.
Gostei de cada segundo que passei em Aracaju e das pessoas, pérolas de luz que tive a oportunidade de conhecer e fazer amizades. Amizades que se tornaram conexões. Conexões que estou levando para minha vida e aprendendo a cada dia, todo dia.
Porque relacionamentos são construídos dia a dia, como o tempo, sem acumulo algum.
E relacionamentos que possam construir algo bom, que traga alegrias para todos, é raro, por possuir um propósito de melhoria do mundo. Assim, se eu melhoro, o mundo melhora. Se mais de uma pessoa melhora, o mundo melhora também. E não importa em que área aconteça esta melhoria, o que importa é que pessoas se juntaram para construir algo bom, juntas. E é isso o que tenho visto nesta equipe que estou.
Ainda estou analisando esta jornada de 10 dias. Passei por três aeroportos, quatro aviões.
Confesso que na ida fiquei apreensiva. Já que nosso amigo John Wick mostrou ao mundo o quão perigoso é levar consigo uma caneta em sua bagagem. Observei o pessoal passando pela área de segurança: retirando metais e tudo o que pudesse trazer perigo ou servir de arma dentro do avião.
E tive uma dúvida!
Sim! Aquela dúvida de criança serelepe, curiosa e ávida por aprender a cada segundo de sua vida. SE a equipe de segurança estava retirando todos os objetos que traziam algum perigo dentro do avião, porque eles estavam deixando passar os chinelos de mãe?
O fato é que as pessoas serelepes ouviram os chinelos de suas mães cantarem em seus traseiros em suas infâncias cheias de aventura. E sendo o chinelo de mãe um objeto tão perigoso, com radar preciso e certeiro, porque ele não estava sendo recolhido na área de segurança dos aeroportos? Afinal, arma é arma.
Passei meus dias em Aracaju pensando sobre esta pergunta que me encafifava a cada vez mais e mais. E pra minha sorte, ou azar, na volta para minha terra, eu passei mal. E fui para o posto de saúde no aeroporto de Recife. Onde fui atendida por dois médicos fofos.
Ninguém gosta de passar mal ou dar trabalho. Ainda mais em conexões entre aeroportos tão distantes de suas casas. O fato é que tive a oportunidade de perguntar a um deles sobre o chinelo de mãe. E a resposta foi perfeita!
Ninguém recolhe os chinelos porque todos têm medo dos mesmos cantarem em seus traseiros. Assim, eles continuarão a ignorá-los. E esta resposta fez todo sentido. Trata-se de uma questão de segurança pessoal.
Voltei para BH em segurança, feliz por ter melhorado e mais feliz ainda por estar em minha casa. Aqui não tem chinelo de mãe.
Obrigada por me lerem.
Fonte: Own