Publicado em: 14/07/2020
Dizem que nada se perde na natureza, que tudo se transforma e melhora a cada novo ciclo. E é exatamente o que vi ao ler o livro Código Limpo de Robert C. Martin.
Confesso que ADOREI o livro.
O texto apresentado se mostrou simples e direto. O autor exemplificou didaticamente cada ponto e dividiu o livro em três partes. A minha leitura fluiu a cada página e fui percebendo elementos já por mim conhecidos, conceitos adaptados para a área de desenvolvimento de software.
O autor fez uma releitura do conceito japonês de 5S do professor Kaoro Ishikawa (1950) e acrescentou o principal foco do DDD de Eric Evans (2003). Ele mostrou na prática que ambos os conceitos conversam entre si e produzem uma melhoria significativa na manutenção dos softwares.
O que exatamente a metodologia 5S ensina?
A metodologia de 5S teve por base milenar os conceitos de: higiene, segurança, bem estar, sensatez e respeito ao próximo.
Sua primeira releitura, sendo usada como gestão, teve por base os conceitos de: seiri (utilização), seiton (organização), seisou (limpeza), seiketsu (padronização) e shitsuke (disciplina). E aconteceu no final da década de 1960.
Qual é o principal foco do DDD?
O principal foco da abordagem do DDD é criar um domínio que “fale a língua” do usuário. Em outras palavras, o foco é a comunicação. É comunicar de forma que o ouvinte entenda o que você esta falando.
5S e DDD no código Limpo
Resumidamente, o livro fala sobre: ordenação, sistematização, limpeza, padronização, disciplina e acrescenta o elemento chave chamado comunicação.
A ordenação (seiton) é utilizada para dar nomes corretos e descritivos às branches, arquivos, variáveis, funções, classes, interfaces, infraestrutura, aplicação, métodos... Ele fala sobre conceitos como: substantivo, verbo e sobre cada nome exprimir apenas uma ideia.
A sistematização (seiri) é utilizada para colocar cada coisa no seu lugar. Elementos em seus devidos lugares: MVC (modelo na camada de modelo, Views na camada de Views, Controle na camada de controle) , funções em seus devidos lugares e assim sucessivamente...
A limpeza (seisou) é utilizada para retirar blocos de código comentados e que tornam a leitura do sistema poluída, morosa e confusa. Assim como melhorar partes do código para que executem pequenos comandos que não sejam ambíguos ou que produzam resultados não esperados.
O autor toca em alguns pontos significativos como: a importância dos pequenos detalhes seja ao dar nome para uma variável, ou no cuidado com a criação de funções, que devem executar apenas uma tarefa.
O tema padronização (seiketsu) chamou a atenção para a forma como o sistema é desenvolvido. Toda a equipe deve fazer as mesmas coisas da mesma forma.
Ter disciplina (shitsuke) significa treinamento de força mental, física e moral utilizando instruções e treinamento. O desenvolvedor deve seguir as regras, estando aberto para mudanças pessoais.
Na comunicação, o desenvolvedor deve contar sua história através do código. O código deve expressar uma ideia. A ideia para a qual ele foi criado. Os outros desenvolvedores faz parte do público que lerá esta história.
É importante entender que: antes do desenvolvedor contar a história através do código, ele deve saber interpretar a real necessidade do cliente. Ele deve saber interpretar textos. Sim, porque a solicitação pode vir através de textos. E uma vez entendido, o desenvolvimento de qualquer solução se torna mais fácil.
Claro que o livro fala de tudo isso e muito mais. E para saber, você terá que ler o livro.
A minha pincelada sobre o livro foi para contar que estamos falando sobre releituras de conceitos, que vem circulando no nosso meio faz muito tempo e que ganhou uma nova roupagem, sendo adaptado para o nosso mundo, o mundo do software.
Eu gostei do livro e recomendo. Assim como o livro DDD de Eric Evans. Recomendo, também, a leitura de livros não ligados à nossa área, para que o nosso vocabulário aumente e para que ampliemos a nossa compreensão do outro, tornando a nossa interpretação de textos/contextos maior a cada nova leitura.
Obrigada por me ler.
Abraços.
Fonte: Métodos ágeis