Publicado em: 02/12/2020
A saga Wick teve início em 2014 com o primeiro filme entitulado “John Wick – de volta ao jogo”. E suas sequências foram: “John Wick – um novo dia para matar” e “John Wick – Parabellum”. Ganhando mais dois filmes, que serão rodados ao mesmo tempo, no próximo ano (2021).
A narrativa conta a história de um ex-assassino profissional, John Wick, que saiu do submundo do crime e estava em luto pela perda de sua amada esposa. Como em toda história da jornada do herói, em cada filme a jornada é reiniciada, acrescentando-se mais personagens com funções parecidas e fases mais desafiantes. E Wick tem em seu cachorro, um fiel companheiro de jornada.
A história contém componentes de um videogame: vários chefes de cada fase, pagamentos feitos em moeda, lutas insanas com um batalhão de adversários e, o mais importante, o personagem principal tem o poder de se recuperar facilmente.
Profissional classe A
A sociedade dos assassinos enxerga John Wick com qualidades de um excelente profissional, que executa as tarefas designadas a ele com perfeição.
Eu o considero como “gente que faz”. Ele vai lá e faz, ponto. O melhor anti-vírus do mundo do TI. Ou um malware espetacular, que vai eliminando barreiras até atingir seu alvo e eliminá-lo com sucesso.
Seus atributos são descritos pelos chefes de cada facção como: concentrado, dedicado, cheio de contatos, possuidor de um foco gigantesco. Uma pessoa com compromisso e absoluta força de vontade. Carinhosamente chamado de Babaika (bicho-papão – do folclore russo) – não confundam com Baba Yaga (mulher desfigurada e feroz que vive na floresta e que liga o mundo dos vivos ao mundo dos mortos – do folclore russo – que participou do filme Hell Boy e de um episódio do seriado Super Natural).
A sociedade dos assassinos
A Alta Cúpula é o nome dado à organização criminosa espalhada por todo o planeta. Ela possui regras e consequências. E uma rede de hotéis considerados refúgios e lugar de descanso para a rede de assassinos.
Vê-se ali uma organização baseada em regras com acordos e contratos verbais e de sangue, com consequências rápidas conforme a atitude de cada personagem.
A hierarquia é mantida e respeitada. Conceitos como fidelidade, confiança, honra e família são discutidos e exigidos, assim como favores cobrados de ambos os lados e cumpridos.
E quem tem coragem de desobedecer é cancelado/banido do sistema pagando com a própria vida: vidas confiscadas.
O que aprendemos de metodologia até agora com a saga?
Primeiro: não mexa com quem está quieto. E se mexer, respeite quem sabe mais ou esta na empresa há mais tempo e tem maior experiência prática do que o funcionário que chegou agora.
Segundo: história é importante. Seus funcionários conhecerem a história da empresa com suas peculiaridades faz toda a diferença. Evitam-se erros primários que possam provocar consequências negativas gigantescas. Assim como saber as regras de negócio. Em outras palavras, o funcionário entrou para a empresa, um treinamento inicial deve ser dado, para nivelar o conhecimento básico sobre a empresa.
Terceiro: colocar um batalhão para resolver um problema pontual pode não ser a estratégia mais acertada. Uma reunião ou um acordo pode resolver muito mais fácil e rápido a questão. Reuniões com o cliente para ajustes podem evitar muitas horas de desenvolvimento de serviços que não serão usados posteriormente.
Quarto: Palavra dada é palavra cumprida. O que leva ao conceito de confiança. Deve existir confiança de ambas as partes. Se não tem confiança e respeito, não se tem nada. Com uma adendo: se o contratado percebeu que precisa de mais tempo para entregar o que foi acordado, entre em contato imediatamente o contratante e negocie o que será entregue no prazo acordado. Entregar pequenos pacotes é melhor do que não entregar nada.
Prazos curtos, como o que a juíza deu para o gerente do hotel e para o rei do subterrâneo foram insuficientes para que cumprissem o que foi exigido deles.
Bom senso e ponderação evitariam tantas baixas na equipe.
Quinto: tenha um plano de ação e o quebre em pequenas tarefas o máximo que conseguir. Assim, as entregas serão mais assertivas e mais fáceis de serem executadas.
Sexto e não menos importante: a equipe deve ser unida e estar em sintonia.
O que obviamente não aconteceu com a equipe de segurança que John Wick conseguiu exterminar tão facilmente. Se eles tivessem se unido, ao invés de atacar o personagem principal separadamente, visando os 14 milhões de dólares, talvez, eles tivessem sobrevivido mais tempo.
No caso de um time em sintonia, as entregas possuem mais qualidade e as liberações, mais valor para o cliente.
Não cabem mais times com competições insanas, que prejudicam a qualidade da entrega.
Sétimo, crie uma rede de amigos: John Wick, mesmo em seu mundo hostil, tinha amigos que os ajudou em todos os três filmes e surgirão mais amigos nos próximos filmes da saga.
Num outro momento, se vocês quiserem, poderemos discutir a jornada do herói e os arquétipos presentes em cada filme da saga.
A chave Philips
Ah, sim! A chave Philips: (objeto de utilidade). Confesso que foi só um chamariz para a leitura. Em minha bolsa tem sempre uma chave Philips para qualquer eventualidade. Vai que preciso dela. Prevenir é melhor que remediar, não acham?
De qualquer forma, parafraseando o personagem principal, ele representa o profissional chave Philips: convocado em momentos cruciais, para tarefas na medida certa para ele.
Obrigada por me lerem.
Fonte: Métodos ágeis