Publicado em: 01/11/2024
O tema deste mês é roda do ano, que é um conjunto de 8 rituais anuais, que me ajuda a entender as diversas fases que passamos e que se repetem ano após ano.
O objetivo destes rituais – são oito – é promover a conexão do ser humano com a natureza. Afinal, a roda do ano segue o ciclo de plantação e colheita dos alimentos, assim como a criação dos animais a serem consumidos ou que produzem substancias usadas pelos humanos como alimentação e outros.
Para explicar, vou seguir o ano astrológico da posição das estrelas perante o planeta Terra no hemisfério sul.
Assim, temos em março o primeiro equinócio, a entrada do outono (20/03), sendo o primeiro mês do ano, com a entrada do signo de Áries (0º graus). Estamos saindo do verão e entrando no outono, que é a estação da mudança da polaridade expansiva (masculina) para uma polaridade organizadora (feminina). O equinócio acontece tendo o dia e a noite com mesma quantidade de horas.
O próximo ritual acontece no meio do outono a 15º graus de Touro (05/05), onde se celebra os ancestrais, dia em que o véu entre os encarnados e os desencarnados está mais tênue. Dia também em que se comemora o ciclo da morte, para abrir espaço para que a vida renasça e o ciclo continue.
A chegada do inverno é marcada com o primeiro solstício, onde a noite (em horas) é maior que o dia. Estamos perto do dia 21/06, entrada do signo de Câncer (0º graus). É dia de celebrar a grande Deusa, é o ápice da energia organizadora que se doa e gera “a promessa de dias melhores”. A vida renasce.
O ano continua e chegamos ao meio do inverno a 15º graus de Leão (07/08), a vida está crescendo e é preciso liberar o caminho para o início da jornada.
A entrada da primavera, segundo equinócio, acontece a 0º graus do signo de Libra (22/09). Momento em que acontece a mudança de polaridade do feminino para o masculino. O feminino abre espaço para que a energia masculina cresça, a jornada inicia. Os dias começam a ficar mais claros e mais quentes.
O meio da primavera acontece a 15º graus de escorpião (07/11), onde é celebrada a união dos deuses, casamento e fertilidade. A criatividade está fervilhando e produzirá frutos e crescimento.
A entrada do verão começa a 0º graus do signo de capricórnio (21/12), marcada pelo segundo solstício, onde o dia é maior que a noite em horas. É dia de celebrar o Deus (polaridade expansiva) em seu ápice.
Finalmente, fechando o ciclo, temos o meio do verão, a 15º graus de Aquário, com a colheita do que foi fertilizado no meio da primavera. E o ciclo recomeça em Março com a entrada do outono.
Todos estes oito Sabbats (festa) celebram a vida, o fato de estarmos neste planeta e fazermos parte ativa dele. O ritual começa com um exercício de alinhamento dos chakras para que se possa receber a energia da celebração com maior abertura. Delimita-se o circulo onde o ritual acontecerá, acende-se as velas e incensos e o rito continua com a oferenda e libação, com a leitura e honra aos representantes da roda do ano. Em seguida, acontece a parte prática do ritual, tomando-se por base a energia do dia comemorado. Uma vez terminada a prática, repete-se o exercício para reequilibrar os chakras. Afinal, a nossa energia foi gasta e doada para a realização da prática proposta.
O banquete é servido, momento em que há o compartilhamento e troca de energias através do alimento oferecido aos ancestrais, aos senhores da roda do ano e aos convidados encarnados. Uma vez que esta troca termina, acontece o encerramento, onde, novamente, honra-se todos os seres que participaram do ritual e se pede para que retornem ao seu devido lugar, sendo no mundo a energia necessária para a vida.
Trata-se de um ritual simples de honra, compartilhamento e celebração da vida, onde acontece uma pausa, para conectar à energia de Gaia, que doa e recebe a energia de quem participou do ritual. Fazendo com que cada pessoa que participou seja revitalizada e fique em sintonia com a energia do planeta.
Para mim, é um privilégio honrar a vida e os ciclos da roda do ano. A vida na atualidade é corrida e conectar à natureza é um processo individual e necessário. Afinal, fazemos sim parte da natureza, mesmo não colocando os pés na terra como deveríamos fazer todos os dias.
É uma energia que traz acolhimento, sentimento de pertencimento a algo maior que é o planeta. Sentimento este que traz a sensação de que estamos no lugar certo, na hora certa, vivenciando o que precisamos vivenciar, para que façamos parte da história do planeta de uma forma mais lúcida e integrada, sendo a energia necessária para que a vida se propague e continue.
Fico por aqui.
Abraços, cuide-se e fique bem.
Andréa.